domingo, 25 de maio de 2014

NOÉ | Crítica de Cinema




O que se esperar de um filme dirigido por um dos maiores diretores do nosso tempo - Darren Aronofsky - e tendo um elenco estelar como Russel Crowe, Emma Watson, Antony Hopkins, Jenniffer Connely, e com um orçamento de R$ 125.000.000,00? Que ele seja um filmaço!

Quando foi apresentado primeiro trailler em janeiro houve uma expectativa grande entre cristãos, evangélicos e simpatizantes. Mas 2 minutos de trailler esconderam 137 minutos de um filme arrastado, chato e até antibíblico. Nos Estados Unidos os protestantes torceram o nariz e ameaçaram boicotar o filme nos cinemas. Até os católicos seguiram na ameaça. Coube a Darren e a Warner pagar o mico de querer forçar o Papa Francisco a assistir o filme numa vã tentativa de reverter a situação. Mas por que tanta polêmica?



A Bíblia não é um livro de histórias, mas a palavra de Deus. Tudo que se é contado nela tem o objetivo primordial de fazer o cristão refletir. Isso significa que nem todos os relatos dispõe de detalhes ou minúcias. A história do dilúvio é uma delas. Contada em pouco mais de 3 capítulos, o relato carece de informações. Desta forma é necessário às vezes um pouco de excerto de informações históricas e até pessoais para que se dê uma forma de compreender o contexto. O próprio escravo fiel e discreto costuma fazer isso nos dramas bíblicos dos Congressos.

Curiosamente, o que Darren fez não é novo. Steven Spielberguer fez algo parecido com o filme O Príncipe do Egito ao enxertar um contexto de ficção na relação entre Moisés, Faraó e sua família que não estavam registrados nas Escrituras, mas que poderiam ter acontecido porque a Bíblia não se preocupou em detalhar. Em Noé, o efeito saiu pela culatra por desobedecer essa regra, e pior, despreza o relato bíblico e focar no livro apócrifo de Enoque, que não está nem no cânon católico, que gosta de incluir livros apócrifos em sua coleção.




Depois de um início que lembra muito a abertura da série The Big Bang Theory vemos uma cena emblemática: Noé livra uma garota de ser comida (literalmente) e flagra outros tipos de mazelas que mostram que o mundo em que o cerca é degradado.

O que se vê em seguida até que acaba sendo digerível pois segue a história que conhecemos: Noé é chamado por Deus para construir uma arca pois irá destruir o mundo violento. O problema são os excertos! Na Bíblia os antagonistas são nefilins, metahumanos nascidos da relação com anjos que causam parte da violencia na terra. Aqui os inimigos são os anjos caídos, liderados por Samyaza, um dos vinte chefes demoníacos citados no livro de Enoque. 




A família de Noé não é retratada com fidelidade. Cadê Sem, Câ e Jafé e suas respectivas esposas? A arca, mesmo sendo construída segundo os moldes citados pela bíblia, fica longe visualmente do que costumamos criar em nossa mente quando lemos o relato de gênesis.

E o mais absurdo! Quando os humanos, loucos, partem pra entrar à força na arca, o que a bíblia relata ser uma ação do espírito santo, aqui vira um festival de lutas medievais de fazer qualquer Lannister se envergonhar. E sabem quem se levanta para ajudar Noé? Transformers, brincadeira, uns homens de pedra que Deus teria criado e misteriosamente vivem na terra (sic) como pedregulhos esquecidos, se levantam para enfrentar a turba. 

Pontos positivos? Difícil, mas gostei da forma como as águas caem dos céus e saem da terra, conforme o relato da bíblia. Mas para por aí! A cena dos animais chega ser sofrível, sendo mostrada em cortes rápidos não dando nenhuma emoção. Até a cena dos animais em Todo Poderoso 2 foi mais emocionante. 

Antony Hopkins faz um Matusalém mais do mesmo. Um salariozinho que nunca foi tão fácil pra ele receber. 

E no fim, depois do dilúvio, o filme entra num marasmo que só com muita paciência para suportar. 





No fim, um filme pífio, sem graça, que teria tudo para ser um grande sucesso de público, já que envolve um personagem real para as três maiores religiões do mundo, mas que no fim acaba sendo um história mal contada que beira a heresia para cristãos, judeus e muçulmanos. 

Mas curiosamente, o maior site bíblico do mundo, o YouVersion, depois do lançamento  de Noé, aumentou em 300% a visualização da leitura do livro de Gênesis. Talvez um pouco curioso para saber a verdadeira história daquele que sobreviveu ao dilúvio.

Mas enfim, ainda vem mais dois filmes bíblicos. Filho de Deus não vou assistir porque eu já falei que depois de Paixão de Cristo, dificilmente aparecerá um filme que consiga emocionar alguém. Mas tem Exodus baseado na fuga do Egito. Apesar de alguns burburinhos, espero que Ridley Scott não siga o mesmo caminho frustrante que seu colega fez com Noé.




sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

NOÉ | Trailler comentado.




Copiando uma ideia dos caras do site Omelete, resolvi fazer um comentário sobre o trailler do filme NOÉ. Superprodução da Paramount junto com a New Regency que traz um super elenco encabeçado pelo eterno gladiador Russell Crowe, além de Antony Hopkins, Jennifer Connely e Emma Stone, previsto para março deste ano. 

É óbvio que o filme segue uma linha hollywoodiana para ser adaptado às telonas. Algumas cenas já surpreendem os menos desavisados, mas já tem os mais desavisados dizendo que o filme é ruim porque não segue fielmente à Bíblia. Como fã de cinema, resolvi dar uma olhada. Tem muito cristão dizendo que o filme não é fiel à Bíblia só de olhar o trailler; mas julgar desta forma pode ser precipitado.

Para começar o relato da Bíblia sobre o Dilúvio é resumido ao máximo em três capítulos, de modo que muita coisa pode ter ocorrido no período relatado.

Posso dizer, apesar das polêmicas e questões levantadas, Noé tem tudo para se tornar um grande filme, além de trazer a Bíblia de volta ao círculo de debates que normalmente periódicos e revistas especializadas costumam fazer. 

Primeiro, dá uma olhada no trailler...





00:00 - Nuvens negras e relâmpagos anunciam que algo estranho está ocorrendo. Segundo uma tese do Design Inteligente, grupo internacional de cientistas que não creem na evolução das espécies, houve uma época em que não chovia na Terra. O solo e as plantas eram "regados" por meio de neblina. O que justificaria o relato de Gênesis 1:6 quando relata que Deus criou uma expansão entre águas e águas. Não sei se o filme tocará neste assunto, mas isso justificaria o desprezo das pessoas quando Noé profetiza que cairá água dos céus.

00:11 - Aparece Russell Crowe, ator de 49 anos, para interpretar Noé que segundo a Bíblia tinha 600 anos quando veio o dilúvio. (Gen. 7:6) Escolha sensata. Antes do dilúvio os humanos viviam por séculos! Metusalém, avô de Noé, viveu quase um milênio. (Gen.5:21-29) Assim ao contrário do que a tradição costuma pintar, a aparência de Noé poderia tranquilamente ser a de um homem de meia idade, como Russell Crowe.

00:22 - O trailler dá a entender que Jeová Deus transmite suas ordens à Noé por meio de sonho. A Bíblia não é clara sobre como isso foi transmitido. O relato curto apenas declara o que Deus ordenou a ele, não o meio transmitido. A interpretação pode ser livre. Até agora, nada que fira o relato bíblico.

00:34 - Antony Hopkins aparece como Metusalém, dando conselhos a Noé. Embora o relato bíblico não dê detalhes da vida dele e nem mencione encontros entre os dois, é possível e esperado que por serem ambos servos de Deus, que Noé tenha buscado orientações mais experientes de seu avô.

00:39 - Chuva de fogo? Metoritos? Bem, o relato da Bíblia não os menciona. Mas isso não altera a essência da história. É cinema! E como tal, precisa de cenas cinematográficas.

00:39 - A arca! Na tradução Noé menciona "barco", conforme a tradição católica. Mas não era um barco, mas uma grande arca de três pavimentos. Pelas cenas parece que ela será construída fielmente conforme imaginado por Deus. (Gen. 6:14-16)

00:52 - Aqui começa os primeiros argumentos dos conservadores. O fato é que a Bíblia não menciona em nenhum momento como era a relação de Noé e sua família durante o período da construção da arca, com seus vizinhos ou demais moradores. Nada! Isso não significa que não ocorreu. Os momentos não relatados permite que se criem conjecturas do que aconteceu. Até então sempre imaginamos que Noé construiu a Arca em paz, mas convenhamos: numa época onde havia guerrilhas e violência, será que ao construir uma grande Arca, Noé não chamaria a atenção desses iníquos? Acredito que a idéia de colocar eles contra Noé ainda no período da construção válida. É uma teoria interessante que a Bíblia permite se fazer ao não relatar o fato.

01:03 - Finalmente encontro o que pode ser a primeira bola fora do filme: a retratação da família de Noé. O relato da Bíblia diz que Noé teve três filhos. Sem, Cã e Jafé, e cada um deles tinham esposas, o que nos dá oito pessoas. (Gen. 6:10; 7:7). Mas aqui a família na cena vimos apenas quatro, formada por sua esposa (Jennifer Connely), dois rapazes que podem ser os filhos dele, e uma garota (Emma Stone) abraçada a um deles, que dá entender ser uma das esposas. Fiel a Bíblia não está, mas será que isso pode influenciar negativamente a história? Acho que não!

01:11  - O relato da Bíblia diz que Deus deu a oportunidade apenas aos da casa de Noé. (Gen. 7:1). Isso nos dá a entender que Jeová rejeitou os demais, contudo, é óbvio que à medida que estes ao ver os primeiros pingos de água caindo do céu se desesperassem e tentassem invadir a arca de qualquer jeito. Achei as cenas interessantes por mostrar o tipo de pessoas que Noé tinha ao seu redor.

01:21 - Tinha medo que as cenas dos animais se chegando à arca ficassem ridiculas por causa da comédia "Todo Poderoso II". Mas pelo que vi, o tratamento ficou perfeito e emocionante. As cenas dos pássaros, e principalmente, das serpentes se aproximando da arca, chamam à atenção.

01:36 - As cenas do dilúvio são emocionantes. Me chamou a atenção as águas jorrando da terra. Embora o relato fale no dilúvio como águas que caíram "das comportas dos céus", a cena é baseada possivelmente na interpretação bíblica de "mananciais da vasta água de profundeza". (Gen. 7:11) Estas águas poderiam se referir as águas que já haviam na Terra - rios, lagos, lagoas, mares... - mas a cena cinematográfica dá a entender que as águas das bacias e poços subterrâneos também foram usados por Jeová. Uma visão interessante e que nos dá uma das cenas mais impactantes do filme.

01:40 - Noé guerreiro lutando contra os iníquos que tentaram entrar na Arca? Apesar da Bíblia não mencionar - ela faz um resumo, lembra? - imaginar esta situação não torna o filme menos bíblico.

01:54 - Outra cena emblemática criticada por não estar na Bíblia. Noé aterra uma espada no chão de onde sai um fogo celestinal consumindo a região. Calma. Não sabemos o contexto da história. Se é sonho, se é uma cena real. Ainda acho que não faz o filme perder sua essência.

02:02 - Outra cena impressionante de como o dilúvio varreu a Terra.

02:18 - Fim de trailler deixando aquela sensação de que este será um ótimo filme.


Críticas e mais críticas

Uma das principais críticas de cristãos sobre a versão de Noé, é que utiliza algumas referências ao livro apócrifo de Enoque. Inclusive, o "vilão" interpretado por Nick Nolte, seria nada mais, nada menos que um anjo caído (demônio) chamado Samyaza.

Kevin  Durand, durante uma entrevista, declarou que faria o papel de um gigante que ajuda Noé. Embora não apareça no trailler, se for verdade, significa que um dos nefilins - que a Bíblia diz que são totalmente violentos e satânicos - ajudaria Noé a construir a Arca e lutar contra os homens incitados por Samyaza.

Caim e Abel, ganharão uma pequena cena no filme. Alguns estão tremendo ao saber qual referência os roteiristas farão com a história de Noé.

Conclusão

Precisamos admitir que o relato bíblico sobre o dilúvio é muito resumido e não nos dá quase nenhuma informação, o que abre precedente para se "criar" histórias coadjuvantes. Apesar de referências ao livro de Enoque, que é apócrifo - não reconhecido como inspirado por Deus - a idéia de que demônios tenham tentado impedir a construção da Arca não seria surpresa.

Por fim, acho que a essência é o essencial. (sic). Assistimos tanta porcaria no cinema, porque não assistir um filme que utiliza uma história bíblica como base?


segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

UMA QUESTÃO DE TEMPO | Crítica de Cinema

"Viajamos juntos no tempo,
de verdade,
quando aproveitamos cada vez mais 
o presente,
quando vivemos esse momento." 







Eu assistiria Uma Questão de Tempo  por dois motivos: por ser uma comédia romântica britânica, que ao contrário do que faz Hollywood, não é recheada de clichês; e segundo, por ter o sorriso da belíssima Rachel Mcadams.Como toda produção inglesa, que sabe misturar comédia com diálogos ácidos com um o romantismo tocante, esta não decepciona.

Tim (Domhnall Gleeson) é um jovem inglês comum, que aos 21 recebe a seguinte notícia de seu pai, simplesmente chamado de "Dad" (Bill Nighy): eles podem voltar no tempo. Tímido e desajeitado, sua primeira decisão ao saber disso é usar seu dom para arrumar uma namorada. Neste ínterim ele conhece a doce americana Mary (Rachel McAdams). Apaixonado, Tim utiliza seus poderes para conquistá-la. 





Em princípio você achará a história boba e repetitiva, mas não é. Lembrará de muitas comédias clichês de Hollywood, mas aqui, Richard Curtis (o mesmo diretor e roteirista de Simplesmente Amor) segue uma linha totalmente diferente das produções americanas. Para começar é um filme inglês (tá bom, sou suspeito, adoro os ingleses). Mas Curtis, para quem não está familiarizado, foi o mesmo que escreveu filmes como Um lugar para Nothing Hill, Quatro casamentos e um funeral e O Diário de Bridget Jones.

Uma Questão de Tempo é sobretudo uma comédia romântica que celebra a vida. Com diálogos inteligentes e divertidos, os atores centrais, pai e filho dão o tom da história. A primeira tentativa de Tim ao utilizar seu dom para conquistar a belissima Charlotte é frustrada. "Aprendi que viajar no tempo várias vezes nunca vai fazer alguém amar você". Com essa lição Tim aprende que pode corrigir pequenos erros, mas que a essencia da vida continua a mesma e que se você não muda o seu íntimo, as coisas continuarão sendo iguais. Que a vida é verdadeiramente vivida à medida que se aprende na prática com ela. 



O elenco, com exceção de Rachel, é totalmente britânico e todos brilham como excelentes coadjuvantes. Assim como em outras produções, existem personagens ambíguos como o grosso mas cativante Harry, interpretado com maestria por Tom Hollander. Outro que nos encanta é o tio de Tim, que é filmente interpretado por Richard Cordery, que costuma ter ataques de amnésia. A cena em que ele declara seu amor pelo pai de Tim emociona o mais duro dos mortais. Enfim, todos estão perfeitos!

A trilha sonora é bastante eclética e vai desde ao rock do The Killers, passando pela voz poderosa de Amy Winehouse, mas desembocando mesmo no melhor de Jimmy Fontana, aquele que como o pai de Tim diz, tem a melhor voz da Itália e que embala o casamento com a belíssima "il mondo". Além de Nick Cave que com "into my arms" embala outro momento emocionante do filme.




Enfim, é uma produção cativante que vai muito mais além da comédia romântica. É uma história de amor sob todos os ângulos. Amor romântico, amor fraternal, servindo como pano de fundo para uma história de vida. A mensagem final do filme de que por mais tortuosa que seja a vida precisa ser vivida é o maior trunfo do filme que vai emocionar muita gente.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O JOGO DO EXTERMINADOR | Crítica

 
 
 
Entre as várias adaptações de livros juvenis para o cinema, este baseado na obra de Orson Scott Card de 1977 foi uma grata surpresa. Livro que influenciou gerações e filmes como Jogos de Guerra, foi uma espécie de escapatória para histórias de amor entre vampiros, lobisomens, lobos e afins.
 
Pra começar, este não tem intenção nenhuma de agradar menininhas; um filme feito especificamente para o público nerd, os que adoram videogames. Mas o mais espetacular de tudo, é que o pano de fundo criado por Scott Card, remete a uma crítica velada de como os Estados Unidos trabalha hoje com seu exército: atirar primeiro, perguntar depois.
 
 
 
 
O livro é fantástico, as sequencias de estratégias militares são descritas de forma bem didática de forma que o leitor possa se maravilhar de tudo. Mesmo que o filme não consiga levar às telas toda emoção do livro, vale à pena ver O Jogo do Exterminador (Ender´s Game).
 
A trama se passa num futuro distante, numa Terra pós-guerra massacrada depois de uma batalha contra alienígenas que tentaram dominar o planeta. No fim, os terráqueos saíram vencedores, mas depois que o exército descobre que os mesmos alienígenas estão se fortalecendo num planeta próximo, criam um programa para treinar crianças para se tornarem guerreiros e assim comandar uma nova guerra.
 
 
 
 
Depois de várias tentativas frustradas, finalmente o coronel Hyrum Graff (Harrison Ford) encontra no jovem Ender (Asa Butterfield) o seu escolhido, o guerreiro perfeito. Ender, é um jovem caçula de uma família comum americana, com pouco mais de 10 anos, mas que se mostra a mente perfeita. Inteligente, ele estabelece estratégias de guerras infalíveis, como acaba demonstrando ao vencer as simulações durante seu treinamento.
 
Diante da possibilidade iminente de um novo ataque alienígena, a relação entre o coronel Graff e Ender vai ficando cada vez mais tensa à medida que o garoto é submetido a situações extremas, mesmo sob o olhar desconfiado da Major Gwen, que serve de contraponto à obsessão do coronel Graff em transformar Ender na "arma perfeita". Ao contrário dos seus pares, Jogo do Exterminador não se perde em romantismo ou situações pueris. A trama se passa toda dentro do complexo militar e sobre o treinamento do garoto, até a batalha final.
 
 
 
 
 
O roteiro comete algumas falhas ao exibir situações que só conseguiriam ser entendidas para quem leu o livro, como na relação que ele tem com a irmã Valentine (Abigail Breslin) que é utilizada pelos alienígenas para atingir Ender.
 
O filme foi bastante criticado por dar foco a estratégia de guerra, ou seja, tudo no treinamento de Ender visa torna-lo um estrategista sem levar em conta possíveis sacrifícios. Como numa sala de vídeo game, os garotos são treinados a chegar ao seu limite, mesmo que isso signifique a morte de milhões de pessoas. A questão filosófica começa justamente quando Ender questiona isso. Na sua opinião a guerra deve ser a última solução, quando todas as formas de conciliação forem tomadas.
 
 
 
 
O final é surpreendente em todos os aspectos, principalmente se você não leu o livro. Um final diferente, que faz você sair do cinema questionando questões morais sobre as táticas utilizadas em guerra.
 
O filme tem bons efeitos especiais, ótimas atuações. Harrison Ford está perfeito fazendo o coronel duro que tenta criar um soldado perfeito numa criança de 10 anos. Mas o destaque vai mesmo para Viola Davis, que faz uma espécie de consciência do Coronel, tentando fazê-lo acordar de sua obsessão bélica. É um filme pra pensar, racionar e discutir. Embora tenha sido baseada num livro de 1977, continua mais atual do que nunca.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

10 FILMES QUE VOCÊ NUNCA ENJOA.



1. Uma prova de amor. 
(My Sister's Keeper)




Concebida por meio de fertilização in vitro para servir de sobressalente à irmã,diagnosticada com leucemia, Anna procura um advogado sensacionalisa pedindo direitos sobre seu corpo, e com isso, impedindo que seja usada como "cobaia" para sua irmã terminal com câncer. O processo inusitado levanta questões sobre até que ponto devemos esticar o sofrimento de um paciente terminal e até onde uma criança, criada para servir como fonte de tratamento, tem direito ao seu corpo? Curiosamente, a questão levantada por Anna, faz com que a família se una mais, especialmente a mãe que luta a qualquer custo pela sobrevivência da filha.



2. Paixão de Cristo.
(The Passion of the Christ)







Embora criticado por judeus, este é o filme mais fiel sobre a história de Jesus Cristo, baseado integralmente na narração da Bíblia. Dirigido por Mel Gibson, católico conservador, o filme segue integralmente a história contada pelos quatro evangelhos. Embora amplamente criticada, devido às cenas cruéis, a cena do açoitamento de Jesus foi baseado em pesquisas e depoimentos históricos. Um daqueles filmes que todo cristão é obrigado  a assistir para fortalecer sua fé.


3 Um amor para recordar.
(Walk Remember)





Baseada na história de Nicolas Sparks, a história da garota religiosa que conquista, sem querer, o cara mais popular da escola merece ser visto várias e várias vezes. A cena onde Mandy Moore canta "only one" é considerada a mais bonita do filme. 






4 Curtindo a vida adoidado.
(The Day´s Ferrys Buller.)






Eu assisti esse filme umas dez vezes no antigo Cine Bahia. John Hughes, foi o diretor que mais personificou a geração que viver a adolescência na década de 80 e 90. Embora seu filme mais inesquecível tenha sido Clube dos Cinco, foi com Curtindo a vida adoidado, que ele finalmente conquistou o primeiro lugar nas bilheterias e um lugar na história.

A trama girava em torno do popular Ferris Bueller, que inventa uma doença para não ir à escola. Junto com sua sua namorada Sloane e seu melhor amigo, Cameron, decide curtir o "dia de folga" pela cidade. Considerado o rei da sessão da tarde, impossível não assistir várias vezes.






5 Alto da Compadecida.







Baseado na obra de Ariano Suassuna, a história foi transformada primeiro numa minissérie e depois de tanto sucesso, foi adpatada ao cinema. Não por menos: a história baseada nas desventuras caipiras de Chicó, um covarde que gosta de contar mentiras, e João Grilo, um aproveitador que gosta de causar confusão nunca conseguiu tanto sucesso após esta adaptação, embora a história seja contada no teatro desde 1950. Embora a versão pro cinema tenha inserção de personagens de outra obra de Suassuna - A incovenciencia de ter coragem - este é um dos maiores sucessos do cinema nacional e quem assiste não se importa de vê-lo dez vezes mais. 




6 Os Batutinhas.
(The Little Rascals)





Filmes com crianças sempre agrada. Este infantil dirigido pela desconhecida Penelope Spheeris fez sucesso em 1994 ao trazer às telas a inocência infantil de um grupo de crianças que tinham em mente apenas se divertir numa corrida de carrinhos de rolimã. O filme é totalmente inocente, mas ficou marcado na memória de todo aquele que também era criança ou adolescente na década de 90. É um daqueles filmes que se assiste várias vezes sem enjoar.






7 O Jardim Secreto
(The Secret Garden)




Outro filme que ficará na memória de todo adolescente da década de 90 e que você pode assistir vez após vez e nunca se cansará. Sob cuidados de uma governanta, a orfã Mary vai viver num grande casarão de seu tio milionário, mas deprimido após a morte da esposa. Ele vive a viajar, enquanto seu filho doente Colin vive sendo cuidado por uma governanta cruel. Quando Mary encontra, sem querer um jardim, acaba mudando a vida de Colin, seu amigo Dickon e te todos ao redor. 

Guilhermo del Toro, prometeu uma nova refilmagem do clássico para 2014.


 

8. Dez Coisas que odeio em você.
(10 things I hate about You )







 Filme que lançou no cinema os astros Heath Ladger (Curinga, de Cavaleiro das Trevas), Julia Stiles (Trilogia Bourne) e Joseph Gordon-Lewitt (500 dias com ela, A Origem). Não mudou o conceito de comédia romântica, mas é uma das mais inesquecíveis. O filme consta a história de Cameron que se apaixona por Bianca. Mas seu pai estabelece que ela só poderá sair depois que sua irmã mais velha Kat, que normalmente é aversa a rapazes, namore primeiro. Então Cameron "contrata" o rebelde Patrick para conquistá-la. A coisa complica quando Patrick se apaixona por Kat de verdade. O filme tem uma cena clássica que é embalada pelo som do Aerosmith, com "Janie´s got a gun" e "Cant take my eyes off of you" considerada uma das mais clássicas do cinema.







9. Lisbela e o Prisioneiro.







Outro filme nacional que você vai assistir dez vezes e nunca vai se cansar. Da mesma produçao de "Alto da Compadecida" o filme é baseado numa peça de teatro de Osman Lins. Foi o primeiro filme para o cinema dirigido pelo diretor Guel Arraes que só tinha experiência com adaptações para televisão

O filme conta a história do aventureiro Leleu que ao passar por uma pequena cidade do interior de Pernambuco, conhece Lisbela, uma garota doce e inocente que costuma adaptar à sua vida situações vivenciadas pelos filmes americanos do cinema. O filme apela dos clichês para explicar o amor das pessoas ao cinema. 




10.A Princesinha
(The Little Princess)




Primeiro filme de Alfonso Cuaron nos Estados Unidos conta uma belíssima história, que embora seja repleta de clichê idênticos a "Cinderela" agrada do mesmo jeito. Sarah é uma garota inglesa que vive feliz quando estoura a 1a guerra mundial. Seu pai tem que ir para guerra e por isso ela é enviada para um internato para moças onde sua mãe já havia sido internada. Quando se chega a noticia de que seu pai havia morrido, cabe a Sarah viver como empregada do asilo, para pagar sua estada ali. Apesar de tudo, Sarah faz amigos de modo a lhe fazer suportar todas as dores. Do mesmo autor de "Jardim Secreto", este é um daqueles filmes que você assiste mil vezes e nunca se enjoa.







sábado, 23 de novembro de 2013

A TEORIA DA PROSPERIDADE


"Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me." 

- Mateus 19:21

 

 

Há algumas semanas um vídeo chamou a atenção nas redes sociais. O pastor Sandro Nascimento, de uma Igreja Batista, ramo considerado tradicional entre os evangélicos, gravou um vídeo sobre o testemunho de um fiel que três anos antes havia sido diagnosticado como inválido após um acidente de carro, mas que hoje, sob as bênçãos do Senhor, não somente havia sido “curado”, como havia adquirido um Camaro, carro símbolo da ostentação que não costuma sair por menos de R$ 200.000,00. Com o exemplo ele convocava seus fieis à aderir a corrente “Jeová Jiré na fé de Eliseu”, onde doando dinheiro à igreja, eles “receberiam a porção dobrada em todas as áreas de sua vida.“





Situações como o acima são criticadas até por evangélicos tradicionais, mas é muito mais corriqueiro do que parece. São situações extremas de uma teoria que hoje, praticamente, permeia todo o meio evangélico num grau menor ou mais velado. É a popularização da Teoria da Prosperidade!

A maior benção que Deus nos dá que é o Seu favor e a salvação no futuro novo mundo, foram substituídas pelo aqui e agora! Dê dinheiro e deus lhe devolverá dinheiro em dobro. Mas de onde surgiu essa ideia que tem arrebatado milhares de pessoas e enchido igrejas – e os bolsos – de pastores e até padres?

 Quem criou a Teoria da Prosperidade ainda é uma incógnita, mas se sabe que popularizou inicialmente nas igrejas do sul dos Estados Unidos na década de 50. O principio advém de uma interpretação equivocada do texto de Malaquias 3:10. A Teoria prega que Deus recompensa com riquezas ou sucesso material aqueles dispostos a doar seus bens materiais, numa espécie de troca com juros. Partindo deste princípio, o crente que doar bens materiais será recompensado em dobro. O contrário também é digno de nota, ou seja, a toeria da prosperidade expõe que o fiel fracassado materialmente, doente ou pobre, automaticamente, seria alguém falto de fé ou que não desfruta das bênçãos do Senhor. 



Percebendo que as pessoas não estavam dispostas a esperar pelas bênçãos de Deus no futuro, começaram a utilizar a promessa do sucesso “aqui e agora”. Igrejas evangélicas tradicionais resistiram a essa teoria por anos, até que na década de 80 surgiram nos Estados Unidos os primeiros “televangelistas”,  pastores dissidentes como Pat Robertson, Jimmy Swaggart, Jim Bakker, Benny Hinn, Morris Cerullo e Mike Murdock que montaram suas igrejas e arrebanharam milhares de desavisados com conversas doces por meio das televisões dando ênfase ao sucesso pessoal, claro, desde que o fiel doe muito. Não demorou muito para que fosse adaptado no Brasil. Edir Macedo foi precursor, mas logo foi seguido por nomes como R.R. Soares, Silas Malafaia, Valdemiro Santiago, entre outros. No caso deles, a teoria da prosperidade deu certo. Nunca enriqueceram tanto às custas do tosquiamento de suas ovelhas. 

No geral a Teoria da Prosperidade faz sucesso porque as pregações são associadas a discursos de auto-ajuda adaptada de palestras motivacionais comumente utilizada em empresas. Se um dia puder assistir uma palestra motivacional, como a de Daniel Godrin, observará que as técnicas utilizadas são praticamente as mesmas. Alguns chegam a utilizar técnicas de induzimento ou hipnose, bastante comum em shows de ilusionismo. Além disso, eles pregam o relativismo, ou seja, que a Leis de Deus podem ser relaxadas desde que você sirva com o coração! Desta forma não condenam práticas que Jeová detesta como o sexo antes do casamento, o adultério, a homossexualidade ou o aborto, afinal, "Deus perdoará desde que sirva com fé e continue praticando o bem e fazendo as ofertas na igreja!" 

Silas Malafaia é o mais carismático entre os jovens, que ao contrário dos demais, não promove um
proselitismo agressivo e se mostra ser mais culto que os demais, mas é adepto da teoria da prosperidade e é dono de uma igreja que produz lucros absurdos.


Os mesmos evangélicos que criticam situações extremas como a do pastor acima, não percebem que também são engodados pela Teoria da Prosperidade em grau menor. As bençãos de promessa futura do Reino de Deus é vendida como sucesso imediato. "Você vai ter sucesso em várias áreas de sua vida", "Você será o melhor funcionário", "você terá o maior salário" tudo se servir ao Senhor. Alguma relação com as palavras de Jesus que disse os verdadeiros cristãos seriam perseguidos e poderiam sofrer todo tipo de mal por seguir sua palavra e por não fazerem parte do mundo? - Lucas 14:27; Mateus 5:11; João 17:16

Muitos deles viram "celebridades" e acabam sendo defendidos à unhas e dentes seja pelo carisma, pelo discurso emocional ou simplesmente atrelado à exortação de que "são homens ungidos de Deus". Quando no fim, se decepcionam ou justificam utilizando o velho clichê "não servimos a pastor, servimos a Deus." Ainda assim, continuam servindo aos homens participando das ofertas, campanhas e doando todo o seu dinheiro indiscriminadamente em forma de dízimos, buscando a recompensação divina que conforme a Teoria da Prosperidade, Deus pagará com juros e correção monetária. 

O fato é que a Teoria da Prosperidade nada mais é do que uma falácia criada por pastores inescrupulosos para ganhar dinheiro. Se ler todo o livro de Malaquias e entender o contexto, observará que o livro chama a atenção da "pobreza" espiritual que se abateu sobre os judeus libertados de Babilônia. Curiosamente, o livro de Malaquias era uma espécie de "tapa na cara" de sacerdotes inescrupulosos que agia no templo àquela época.

Em Mateus 6:19, 20 Jesus deixa claro que o cristão verdadeiro deve guardar "tesouros nos céus". Toda a pregação de Jesus Cristo nunca evidenciou que quem fizesse algo para Deus receberia em troca bênçãos em formas de bens materiais. O próprio apóstolo (São) Paulo declarou no livro de Atos que ele mesmo precisou varias vezes trabalhar duro para ter o seu sustento. (2 Co 12:14-18; 2 Te 3:7-10) Quem lê a Bíblia, e principalmente os termos da nova aliança (pacto) estabelecido por Jesus observará que que tudo que se fala em riquezas está relacionado com bênçãos espirituais.


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

JOGOS VORAZES - EM CHAMAS | Crítica de Cinema




Num futuro apocalíptico, após uma guerra civil vencida pela poderosa cidade da Capital, as cidades perdedoras foram subjugadas e transformadas em distritos e seus habitantes vivem em regime de escravidão. Para lembrá-los de que nunca devem se levantar contra a Capital, anualmente ocorrem os jogos vorazes, onde dois jovens casais de cada distrito são escolhidos para duelarem até a morte num campo de batalha, que é transmitido ao vivo como um grande e sangrento reality show.

É assim que se baseia a saga criada por Suzane Collins que inclui os livros "Jogos Vorazes", "Em Chamas e "Esperança", que ao contrário de outras sagas, utiliza o romance apenas como pano de fundo para fazer uma analogia ao autoritarismo e como o Estado pode manipular massas e oprimir pessoas por meio da política do "pão e circo".  




Nesta sequencia, após vencerem os jogos, Peeta e Katniss se tornam os novos queridinhos da Capital. Contudo, a forma como eles venceram não foi bem engolida pelos idealizadores, especialmente o Presidente Snow que acham que eles simularam um romance para enganar a plateia. Além disso, a atitude de Katniss tem sido encarada como uma forma de desafiar o poder da Capital e servindo como inspiração para o surgimento de focos rebeldes na maioria dos distritos. A cada visita aos Distritos onde eles são obrigados a ir como tradição, são recebidos com o sinal de três dedos que ela popularizou após a morte da pequena Rue e o som do pássaro Monkinjay (traduzido ao português, ridiculamente, por Tordo).
 
Temendo uma nova revolução, o presidente Snow, aconselhado pelo novo idealizador dos jogos, Plutarch, muda as regras trazendo de volta ao campo de batalha os vitoriosos dos jogos anteriores. Assim, Peeta e Katniss acabam voltando ao pesadelo de ter de sobreviver novamente a um duelo mortal. Contudo, a atitude de Snow acaba saindo pela culatra, pois enquanto a maioria dos jogadores se mostram mais unidos, os distritos acabam se revoltando ainda mais com o sacrifício de seus heróis. 




O diretor Francis Lawrence não arrisca e seu Jogos Vorazes: Em chamas (The Hunger Games: Cathing Fire) é integralmente fiel ao livro. Salvo umas três ou quatro cenas adicionais necessárias para explicar o contexto da trama, está tudo lá proporcionalmente à sua importância. Ele não perde tempo explicando personagens porque isso já foi feito no primeiro filme. Lawrence foca basicamente no drama político vivido pela preocupação de Katniss em salvar sua família e o temor de que uma nova revolução possa trazer uma guerra sem precedentes. O que torna Katniss atraente é justamente porque ela  não é nenhuma guerreira. Ela é apenas uma garota normal que quer viver sua vida, mas sem querer, por meio de sua personalidade forte e de seu caráter, suas ações espontâneas acabam se tornando heroicas e por isso, inspiradoras. Se no livro acompanhamos seu drama mais de perto porque entendemos o que se passa em sua mente, no filme isso só pode ser feito em pequenas situações quando ela se surpreende ao ser beijada por Gale e mais tarde quando se encanta pela atenção incondicional dispensada por Peeta.

A história original tem vários momentos emocionantes, mas apenas um deles foi bem adaptado ao ponto de arrancar lágrimas dos fãs. O momento em que Katniss discursa no Distrito 11 sob o olhar da família de Rue me fez arrancar "líquidos héteros" dos olhos. Para as meninas, o momento em que Katniss se apresenta com o vestido de noiva que se transforma no Monkinjay no programa de Cesar Flikerman (Stanley Tucci) é radiante.




Os efeitos especiais estão bons. Todas as provas ocorreram exatamente como eu havia imaginado ao ler o livro. Como a censura foi estabelecida para 14 anos, achei que deveria haver sangue, afinal, as mortes foram violentas e sem sangue, perdeu o impacto. Para se ter uma ideia, eu entendi muito mais ao ver o filme, do que ler o livro, os motivos finais que levaram Katniss a agir como agiu para destruir a arena. Entretanto, achei que foi muito rápido. A angustia dela em escolher quem era amigo ou inimigo, infelizmente, não foi bem aproveitada na cena final. Mas nada que destoe da trama.

Do elenco principal, apenas Donald Shutterland (Snow) e Elizabeth Banks (Effie) parecem levar seus personagens à sério. Senti um certo cansaço - pra não dizer má vontade - com os demais atores.  O estilista Cinna, que é bastante vibrante e tem um papel importante como incentivador de Katniss, no filme vira apenas um coadjuvante secundário interpretado por um entediado Lenny Kravitz.   São apenas mais dos mesmos.  Até Cesar Flickerman  deixa a desejar em relação ao primeiro filme. 





Já entre os novos atores,  Phillip Seymour Hoffman faz um excelente Plutarch, o novo idealizador dos jogos. Se nos livros entendemos desde o inicio a função de seu personagem na trama, aqui ele assume uma certa ambiguidade muito boa para a história. A maioria das cenas adicionais são feitas com ele e o Presidente Snow, necessárias, necessárias uma vez que no livro é explicado nas entrelinhas. San Clafin decepciona um pouco como Finnick, uma vez que é descrito por uma beleza extraordinária, mas telonas não chega a empolgar tanto. Porém a grande surpresa, contudo, vai mesmo para Jena Malone que faz uma das personagens mais fortes e interessantes, a anti-heroína Johana,  vitoriosa do Distrito 7. É dela a única cena hilária do filme, que é descrita no livro, mas que ao vivo ficou bem mais divertida. Sua atuação chega a ofuscar a de Jeniffer Lawrence como a atriz principal. 




Por fim, embora seja o livro preferido da maioria dos fãs de Jogos Vorazes, e mesmo tendo seguido à risca o texto de Suzane Collins, mas fica claro que Em Chamas nada mais é do que uma ponte para se chegar ao clímax final para o terceiro filme, baseado no homônimo, Esperança, que vai seguir o mesmo modelo estabelecido por Harry Potter, ou seja, vai ser dividido em duas produções. Deste modo, embora possa até ser assistido por quem nunca leu os livros - mesmo que em alguns momentos fiquem perdidos como na cena em que Katniss monta um boneco como o nome de Seneca Crane - se torna obrigatório ter assistido o primeiro filme. 

É um filme feito para fãs, e como tal, cumpre seu propósito. Segundo sites especializados, Em Chamas arrecadou mais de 6 milhões somente na sexta e sábado. E vale lembra que o filme foi lançado no Brasil uma semana antes que no resto do mundo, o que mostra a força dos fãs brasileiros. A ideia é chegar aos 900 milhões o que colocaria num dos filmes mais rentáveis dos últimos tempos. 


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